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Channel: Sónia Tavares – A Televisão
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Sónia Tavares recorda tia e afirma: “A liberdade é a minha maior herança…”

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Foi através das redes sociais que Sónia Tavares assinalou a data do dia 25 de abril e, nesse sentido, recordou alguém bastante especial. A sua tia, recordava todos os dias do poder da liberdade.

No Instagram a cantora começou por contar: “A minha tia, tinha este placard mesmo à entrada da porta. Era importante para ela recordar esta data todos os dias, como se, na realidade, alguma vez a fosse esquecer. Desde sempre que sei o que representa este menino loiro, foi ela que mo apresentou e me contou na primeira pessoa o que é a miséria de um povo torturado, oprimido, com fome, que só queria viver e ser livre. Os meus avós pertenciam à classe operária dos vidreiros da Marinha Grande, viviam com pouco e faziam das tripas coração para servir, de vez em quando, qualquer coisa decente para comer“.

Várias vezes ouvi a minha tia dizer com gracejo na boca, mas de tristeza nos olhos “Quando havia dinheiro para um bife, comia-o teu avô, a tua mãe ficava com os restos porque era a mais nova, a tua avó, passava uma côdea no molho, e eu, não comia nada…” Não teve direito a educação, conseguiu mais tarde juntar uns trocos, sabe Deus como, e pagou a uma professora que a preparou para o exame da 4ta classe. Saiu do país, porque tinha de ser e voltou, porque já podia, para tomar conta de mim, a um Portugal que só recordava pelas lágrimas e graças a ela, sou a mulher que sou hoje. Deu-me o menino loiro quando se começou a aperceber que estava a ficar cheché. Tinha medo que o levassem, quando ele me pertencia era a mim“, explicou ainda Sónia Tavares.

Sónia Tavares ainda frisou a importância e o poder da liberdade: “Como se ele fosse a minha herança mais valiosa. É, de facto. A liberdade é a minha maior herança. No ano passado, queixava-me eu por tão discretas comemorações da data, estando longe de imaginar que, precisamente hoje, 50 anos após a revolução, não só não é celebrada condignamente, como ainda é renegada mais e mais, minimizando-se e pondo assim em causa toda a dor que os meus, os nossos, carregaram e ainda carregam no peito adornado de cravos. Só agora tive tempo para fazer um post, estive ocupada a cantar com todas as ganas o “E depois do adeus”. Todos os dias celebrarei Abril. A minha tia chamava-se Virgínia“.


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